domingo, 1 de agosto de 2010

APAGÃO NA ZN-SP:
IMPACTO DAS OBRAS E FALTA DE INFRA-ESTRUTURA:

EDISON IVANOV arquiteto e urbanista
Fone (011) 2994 3306
Ivanov@arquitetoonline.com.br

TUCURUVI:
Os bairros da Zona Norte de São Paulo, apontam um crescimento pequeno, se compararmos a outras regiões, como a zona leste e oeste por exemplo. Santana, já bastante explorada e edificada, atinge um alto índice de adensamento, bem como um nível de qualidade para a demanda habitacional, fenômeno que aos poucos vai se transferindo para a Região do Tucuruvi, Vila Gustavo, Vila Guilherme e Vila Medeiros, em função da proximidade de equipamentos urbanos como o metrô e os centros comerciais.

DESENVOLVIMENTO E CAOS:
Analisando o desenvolvimento das zonas oeste e leste, poderemos notar que o crescimento, trouxe importúnio aos antigos moradores e benefícios na localização para os recém chegados. Poderemos dizer que a população original foi a maior investidora destes bairros, com o pagamento dos impostos e freqüentes e exigências junto ao poder público para a vinda das melhorias. Hoje ainda com a infra-estrutura precária, a especulação se aproveita da falta de moradia e se apóia na explosão demográfica da cidade de São Paulo, vasculhando locais privilegiados para a construção de complexos urbanos e altos lucros, interferindo na planta genérica de valores. O outro lado da moeda é o caos; todos pagam com a falta de qualidade de vida que a acelerada dinâmica urbana impõe a todos indiscriminadamente. O transito excessivo, a velocidade e a insegurança irão empurrar e até desterrar antigos moradores que atentados pela falsa valorização irão entregar anos de luta e investimentos nas melhorias, para os empreendedores que assim que perceberem a escasses, se mudarão para terras mais baratas.

IMPOSTOS URBANOS:
Posta a denuncia anterior, deverá fazer parte da pauta de reivindicações o retorno do capital investido por parte dos moradores originais, com resposta imediata, seja no abatimento dos impostos, seja na prioridade do atendimento nos serviços públicos, e não a pressão para que estes abandonem o barco agora que as coisas estão supostamente melhorando.

INFRA-ESTRUTURA:
DESALOJADOS E MAL INDENIZADOS:

Não podemos esquecer que para a chegada de alguns confortos, muitos moradores foram desapropriados indevidamente, muitos deixaram suas propriedades e partiram do bairro, outros morreram de desgosto ao receberem o valor das indenizações. Ao entorno da estação Tucuruvi do Metrô, houveram desapropriações indevidas e desnecessárias, onde seus proprietários receberam verdadeiras migalhas para saírem dos seus habitat’s. Digamos que aquele senhorzinho, imigrante italiano, dono da chácara das jaboticabas, onde hoje será o shoping Boulevad Tucuruvi, passou a vida cuidando daquele pedaçinho de terra, e morreu ao ver o que lhe deram para sair da sua casa. Assim outras áreas residenciais, onde as famílias foram aviltadas nos seus direitos à propriedade, sem saber que um planejamento extratégico, mais tarde lhes mostraria de quem são as garras e dentes e como estão afiados atualmente para assim exercerem o poder econômico, construído por sobre os escombros de humildes habitantes.

CONSTRUÇÕES E CARENTE INFRA
Vimos acima que os custos são maiores que o significados do desenvolvimento, estamos vendo as torres brotarem do chão, mas onde e quando veremos o resultado de nossa energia em preservar o bairro do Tucuruvi ???. Sim poderíamos enumerar as necessidades, urgências e prioridades para elevar a qualidade de vida de nossa região, porém, seria uma contagem inútil, pois somente a política de consumo será considerada como desenvolvimento sócio-econômico.

ENERGIA
Vamos admitir que a média residencial de consumo é de 5 mil klw ano, que embora as subestações da região tenham 50 anos e estão exatamente com a mesma capacidade da sua criação na época da Light; toda a distribuição paroquiana foi paga pela população.Considerando que 4 ruas para cada lado do novo shoping, abrigam perto de 12 mil domicílios, e que o consumo destes equivale a 20% apenas da demanda desta única obra, estaremos sujeitos a apagões nos horários de pico de verão. Quem bancará esta conta ?Se relevarmos os prejuízos em nossas casas e comércio local, indiretamente seremos impactados pelas pausas nos prédios da rede pública.

PREJUIZOS E IMPACTOS FINANCEIROS
Quem pagou pela obra do metrô ?Se pagamos por este terreno agora iremos colher os dividendos e lucros ?Com os pés no chão e sem visualisações utópicas, deveremos esperar e aguardar os danos sociais que certamente ocorrerão, desencadeados pela obras atuais e crescimento urbano desordenado em nossa região. Pagar pela infra não bastou, vamos pagar com a visão daquela lojinha do seu João, que fechará as portas, também aquela família moradora as 60 anos na modesta casinha, que será forçada a abandonar o local, pressionada por todo o caos que aos poucos e sorrateiramente irá assolar a região.

O OUTRO LADO DA MOEDA

È óbvio que necessitamos crescer, é claro que sentimos a falta das melhorias, mas estamos com buracos, sem asfalto, escolas e saúde pública precárias, sem falar que não temos nenhum equipamento para lazer cultural ou esportivo. O outro lado é que teremos mais um shoping, já foi assim na época da construção do Carrefour, muitas negociações, audiências públicas, promessas mas nada de concreto e hoje vemos os descasos, com as falhas nos acessos, o grande pólo gerador de tráfego que é este equipamento e todos os obstáculos que a população da terceira idade tem que enfrentar diáriamente para circular ao entorno do mercado.Teremos mais um Shoping; haverão novamente promessas e negociações entre a população, nossos representantes, aproveitadores e poder público, no sentido de equilibrar a falta de planejamento urbano e a vista grossa de quem deveria zelar pelo direito do “Ir e vir do cidadão”.

REFLEXÃO: Mais uma vez pagaremos pra ver....

EDISON IVANOV arquiteto e urbanista
Apaixonado por seu bairro

Segue > desenhos e fotos
www.arquitetoonline.com.br
e mail: ivanov@arquitetoonline.com.br

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